sexta-feira, 27 de julho de 2007

A Água

Cá em casa somos contra o desperdício.
Por isso, em tempo de seca e não só, evitamos gastar água indevidamente, embora por parte dos nossos governantes não haja qualquer apelo nesse sentido.
Em Portugal, país de grande prosperidade e abundância, como todos sabemos não há o hábito de poupar. E como não poupamos nada, também não poupamos água.
Nos meus trajectos diários, continuo a ver água a escorrer pelas ruas devido a rebentamento de canos; regas municipais às três da tarde cujo repuxo está orientado para o alcatrão e não para os relvados ou flores, etc...
Curiosamente, apesar de, em Portugal, se ver nos telejornais todos os dias cenas dramáticas de culturas abortadas e animais moribundos, para nós, os citadinos, não há seca. Afinal, estamos só no princípio do Verão, e se Deus quiser há-de chover.
Usando de bom senso, regamos o nosso jardim de manhã muito cedo, ou só à tardinha.
Cá em casa, optamos por colocar casca de pinheiro nos canteiros para conservar a humidade por mais tempo, aproveitando também os restos de água limpa para usar nos vasos.
Eu e o pai insistimos com as nossas crianças, ensinando-lhes diariamente e na hora de lavar as mãos e os dentes que a torneira deve ser fechada; que quando se ensaboam no banho não precisam de ter a torneira aberta, não só porque se desperdiça, mas também porque é uma forma de as fazer perceber que se não fazemos um esforço de poupança nesses e noutros assuntos, então poderemos vir a ter problemas económicos para cumprir com os nossos compromissos.
É que o "meu" não estica, e apesar de tudo eu anseio para os meus filhos e netos um mundo muito melhor!!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

A Arte de Ser Feliz










«Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que as coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para vê-las assim.»

Cecília Meireles




Vai onde te leva o coração...



«« Quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera!
Respira com a mesma profundidade com que respiraste no dia em que vieste ao mundo e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar.
Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração.
Quando ele te falar, levanta-te e vai onde ele te levar!»»
(Susanna Tamaro)

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Acordo

com a brincadeira dos três pimpolhos na minha cama.
As manas assim que acordam vão espreitar "o meu princípe", dizem as duas.
Beijam-se, riem-se e adoram-se uns aos outros.
Mesmo que possamos estar atrasados, não há manhã sem brincadeira, sem xi-coração, sem os delírios delas em relação ao desenvolvimento dele.
Espero que esta cumplicidade, esta amizade, este amor se perpetue pela vida fora.
Tenho a certeza que os meus "desejos" são crianças felizes!

terça-feira, 24 de julho de 2007

Recebo

um e-mail de parabéns com a seguinte mensagem:

"We can do no great things - only small things with great love"
Mother Teresa (1910-1997)

e deduzo que é um óptimo pensamento para enfrentar o dia!

Muito Obrigada!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Com 34

e acordo com um beijo do pai.
- Parabéns!
Beijos e mais beijos, abraços apertadinhos das princesas e dois desenhos feitos às escondidas onde sobressai:
23-07-2007.
Parabéns mãe, hoje é o teu dia e é o pai que faz o bolo...
Sou e estou muito feliz!

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Acabo

de ligar para a "avó" para saber se está tudo bem...

Como sempre, as pimpolhas querem falar com a mãe.
Depois da Ana me pedir que imprima frutas e bonecos para pintar, é a vez da Sara vir ao telefone para me dizer:
- oh mãe sabes, tu és uma riqueza!
baba, muita baba... :)

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Como pais

fazemos com que as nossas fedelhas comam sopa todos os dias (o fedelhito come sempre, pois claro), e as excepções só se justificam com algum precalço que nos impeça de a ter pronta a tempo e horas.

Por estes dias, e com o início da natação para as duas princesas, os finais de dia têm sido um pouco atribulados e com isso até tem "marchado" para as duas, a sopa do irmão que está previamente feita e congelada por doses...

Não sei o que lhes deu, mas se souberem que a sopa é do P., dizem logo:
- adoro a sopa do meu irmão
apesar da dita ter, além dos legumes, um traço de peixe.

Outra das razões que as fazem comer bem a sopa é o facto de lhes dizermos que, as cenouras, os espinafres, o alho francês, a abobora, a penca, a salsa, os nabos e até algumas das batatas são da nossa horta, tão bem cuidada pelo pai!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Detesto

Lambe-botas...

No final

de mais um dia de trabalho, vejo as minhas energias renovadas quando ao chegar à beira dos três desejos recebo:

da A. um desenho com a mãe, o pai, ela e os irmãos;
da S. duas flores quase sem pé, arrancadas á pressa do jardim da avó;
do P. um sorriso do tamanho do mundo e o salto imediato para o meu colo.
:) :) :)

A transparência

entre as pessoas é para mim cada vez mais importante...

Com três anos

a minha menina do meio usa expressões como:

" ... lamento, mas agora não posso "
" ei! isso não é justo! "
" olá malta! "
" ... fantástico, mamã "

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Aprendo-lhes as diferenças

Por causa de um ralhete qualquer começa num choro imenso e soluça ao ponto de não conseguir falar.
- Tu só gostas da S. e do P.
Abraço-a, muito, e faço-a entender que lhe ralho em determinadas situações precisamente porque gosto muito dela.
De seguida imito-lhe os gestos, a cara de choro e os gritinhos histéricos e ela ri-se que nem uma perdida.
Dá a mão à irmã, e vão a correr para o baloiço...

Diariamente,

no regresso a casa, e depois das minhas perguntas do costume sobre o que comeram, o que fizeram, se dormiram, pergunta a pipoca mais velha:
- porque é que queres saber sempre tudo, mãe?
- porque gosto muito de vós, porque me preocupo, e porque gosto de saber...
Quando eu for mãe, também vou ser assim...
:)

quarta-feira, 11 de julho de 2007

A dependência

que um veículo nos pode causar assusta-me.
Hoje fui prendada com uma avaria pela manhã que me fez andar a mil para não alterar muito as nossas rotinas.
Depois de chamada a assitência em viagem, que levou o dito para a oficina, valeu-me o facto do F. entrar mais tarde para poder levar os rebentos.
Eu, tive boleia, vá lá...

Eles

dão-se muito bem.
A alegria ao vê-los brincar compensa todo o cansaço que deriva do facto de terem idades tão próximas :)

terça-feira, 10 de julho de 2007

O INÍCIO...

Esta ideia, a de registar e publicar algumas memórias desta grande aventura que é ser Mãe, nasceu há algum tempo, mas por vários motivos tem sido adiada.
  • Terei eu tempo e disposição para manter a ideia em funcionamento e devidamente actualizada?
  • Ter três filhos estará na moda?
  • Serei eu uma mãe moderna por registar estas memórias num blogue?

Parece-me bem que um dia mais tarde os meus rebentos possam ler alguns dos posts que for registando, ajudando-me também a descrever esta vivência a cinco, e a relembrar o que eu achava não se poder apagar da memória, mas que certamente poderá ficar adormecido.