As lembranças

são quase diárias, e sinto a tua presença em muitos momentos da minha vida.

Tenho a certeza que me vês, que nos vês. Eu vejo-te, ou melhor, revejo-te muitas vezes nos sorrisos do Pedro...

Sei que o tempo tem o dom de sarar as feridas, de minimizar as saudades, de nos ajudar a andar p'ra frente.

Eu acredito num encontro, um dia...

E quase no fim...

Houve dias que mudaram a minha vida.
Concretizaram-se alguns dos desejos antes de se comerem novas passas.
Resolveram-se (ou talvez não) algumas questões que permaneciam na cabeça com um nó apertado.

Gosto de balanços e acredito em resoluções.

Dou comigo nestes dias a rever cada dia, como se fosse realmente o fim. E é, mas apenas de mais um ano!

Agora, é tempo de se fazerem novos projectos, de se traçarem objectivos, de crescer, de viver.

Feliz Ano Novo!!

Do Natal

Entre tudo o que faz o Natal brilhar, a vontade é, por ventura, a prenda mais iluminada.
É a sua intenção que o faz escolher,
que o faz dar-se em tempo e em qualidade.
É o seu querer que aproxima os que estima.
É neste jogo de afectos que vale a pena apostar.
E é essa vontade, esse motor que faz acontecer.
Possa essa vontade ser o melhor dos caminhos...

Se o amor é inebriante,
Se a tua voz faz diferença,
Se a vida te traz bons ventos,
Se a magia te tocar
Se a vida te oferece o melhor,
Acorda o natal em ti!!

Meu PEDRO...

Hoje, o meu irmão e teu tio ofereceu-me esta foto com um singelo sorriso.

Eu sei que foi há um ano, e não posso dizer que não me apercebi do tempo passar.

Aconteceram imensas coisas, dias longos, doces, cheios...

O teu crescimento tem feito as delícias de todos e tu sabes retribuir muito bem todo o amor e carinho que te dedicamos.

Sabes? Tu e as tuas irmãs são o reflexo dos meus dias mais doces.

Mentiria se dissesse que vos amei na barriga com o mesmo amor que vos tenho hoje, na minha vida de todos os dias.

Hoje conheço-vos melhor, todos os dias um pouquinho mais.

As birras, as rotinas, o vosso cheiro doce e específico.

Hoje, tenho o calor dos vossos abraços.

Hoje, tenho os vossos mimos.

Hoje, tenho o vosso amor.

Hoje, sou uma sortuda e sou muito feliz!

A Sara

está muito mais mimalha desde que começou a escolinha, e tem passado os últimos dias a testar a minha paciência.
Ontem, depois de mais um ralhete e de a aconchegar na cama, diz-me entre lágrimas:

" não quero que sejas mais minha mãe - só quero ser filha da minha avó "

Dou-lhe mais um beijinho e não resisto ao seu pedido:

" deita aqui um bocadinho comigo para eu não sonhar com o lobo mau "

A cozinha ficou para arrumar às 6 da manhã, e hoje ao deixa-las na escola segredou-me:

" adoro-te a minha vida toda "

Os sonhos

da minha Sara têm variado entre:

" o lobo mau queria-me comer, e não estava lá o caçador "
" o pai natal tinha um trenó com duas renas, levou-me a dar a volta à lua, e deixou-me na escolinha "

A proposito desta foto

tenho ouvido várias vezes "a Ana é a tua cara"!

Por mais estranho que possa parecer, revejo-me mais nos sentimentos e chego a antecipar com precisão algumas das suas atitudes, chegando até a surpreende-la...

Sem falsa modéstia, ela herdou o sorriso fácil e as gargalhadas francas, mas também algum do meu mau feitio quando me chega a "mostarda" ao nariz.

Quando dou por mim a divagar no assunto, acho que isto tem tanto de fantástico como de assustador, e então o melhor mesmo é deixar alargar e crescer os afectos, as cumplicidades e o amor entre mãe e filhos...

PIF - Pay it Forward

para que a corrente não se quebre, e tal como a imagem demonstra, aqui estou eu a fazer a minha parte.

Nos próximos 6 meses irei oferecer com muito gosto um presente surpresa às três primeiras pessoas que aqui deixarem um comentário, e que tenham também um blog.

Estou à espera, e o tempo já está a contar!

Conversas das gordas

no carro, a caminho da escola.
- Sabes quem é o meu namorado, mãe?, diz a Sara
- Namorado? Que conversa é essa?
- Diz-lhe Ana quem é!
- É o André, diz a Ana com um sorriso maroto.
- Boa Ana, acertaste!
- É, é! Quando crescermos vamos dar um beijo na boca, e eu e a Ana vamos casar com ele!

A espera do meu regresso

ontem, foi mais longa que o habitual.

Fui ter com o pai ao pediatra que já tinha com ele o Pedro e a Sara para uma consulta que há muito estava marcada.

O que pensavamos ser uma consulta de rotina, coincidiu com uma crise de asma na Sara e uma infecção respiratória no Pedro que há vários dias não deixa ninguém descansar convenientemente nesta casa.

A Ana ficou então na avó, a aguardar o nosso regresso, e no intervalo de duas larocas com arroz, canja e castanhas fez este desenho para nos presentear...

As duas gordas

passaram o Domingo a tocar flauta!
Já não as podia ouvir, e a dita só teve descanso na hora de irem para a cama.
Hoje de manhã, preocuparam-se mais com o facto de não se esquecerem de a levar do que com a lancheira (a mãe que as carregue, ora pois!), e entram no jardim as duas de flauta na boca.
Da sala da Sara surge uma menina que lhe diz:
- tens uma gaita, deixas-me tocar?
- resposta pronta da Sara: não e isto não é uma gaita, é uma flauta!
Temos gente, pensei eu.

" A Criança e Deus "

Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:

Disseram-me que vou ser enviado à terra amanhã...

Como vou viver lá sendo que sou pequeno e indefeso?

E Deus disse: Entre muitos anjos escolhi um especial para si.

Estará à sua espera, e tomará conta de si.

Mas diga-me, disse a criança:

Aqui no céu eu não faço nada além de sorrir e cantar

O que é suficiente para eu ser feliz. Serei feliz lá?

E Deus disse: O seu anjo cantará e sorrirá para si...

A cada dia, a cada instante,

Você sentirá o amor do seu anjo e será feliz...

E a criança: Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?

Deus disse-lhe: com muita paciência e carinho, o seu anjo ensinar-lhe-á a falar

E a criança:

E o que farei quando sentir saudades e quiser falar consigo?

Deus respondeu-lhe:

O seu anjo juntará suas mãos e ensinar-lhe-á a orar.

A criança disse:

Eu ouvi que na terra há homens maus. Quem me protegerá?

Deus disse-lhe: O seu anjo defender-lhe-á, mesmo que signifique arriscar a própria vida

A criança disse: mas eu serei sempre triste porque não te verei mais!

Deus disse-lhe: O seu anjo sempre lhe falará sobre mim, ensinar-lhe-á a maneira de vir a mim, e eu estarei sempre dentro de si.

Nesse momento havia muita paz no céu, mas as vozes da terra já se ouviam

A criança, apressada, pediu suavemente:

Oh Deus, se eu vou agora, diga-me por favor o nome do meu anjo...

E Deus respondeu:

O seu anjo chamar-se-á Mãe.

Eu quero ser para os meus filhotes esse "anjo" que Ele lhes reservou...

Conversas matinais da minha Ana

enquanto a penteio na casa de banho em frente ao espelho:

- estou maior, não estou mãe?

no carro, a caminho do jardim:

- o Pedro é mesmo uma riqueza, não é?

quando a deixo na sala com os amiguinhos:

- Adoro-te até ao espaço! Pega um carimbo (e dá-me um beijo muito apertado)

Os meus três desejos

estão aqui muito bem representados!

O Sol

resplandeceu e o dia hoje, é de festa!
Foi precisamente há 1 ano, 365 dias, que nos fizeste renascer enquanto pais.
Nasceste, e fizeste-nos ainda mais felizes...

Parabéns Pedro!

Da Ana

espera-se tudo...

Chego à ama para os ir buscar e recebo a informação de mais uma peripécia.

- Sabe o que a Ana fez hoje?
- Não, digo eu entre beijos e abraços.
- A Ana foi fazer xixi, e eu ouço a torneira do bidé a abrir...
- Fui ver o que se passava, e diz-me ela muito pronta:
- Sabes avó, a minha mãe manda-me lavar todos os dias depois do jantar e eu como estou cansada às vezes não quero. Assim, lavo-me agora e já fico pronta!

No dia mundial da alimentação

cada uma das minhas meninas levou para o jardim duas peças de fruta para que, em conjunto com os outros meninos possam fazer uma salada de fruta.

A fruta em nossa casa tem sempre lugar após as refeições como sobremesa, e sempre que é possível é comida preferencialmente com casca!

Neste dia, o meu pensamento vai para aqueles, que ao contrário dos meus filhos, não têem e se calhar nem sequer sabem que existe fruta!

Continuo a gostar

de lhes perguntar diariamente o que fizeram na escola.

Estão juntas, no mesmo jardim, mas obviamente com educadoras diferentes.

Esta pré-primária é um verdadeiro jardim onde optaram por não juntar a escola primária, o que lhe confere, na minha opinião, características únicas!

Por experiência própria, verifico diariamente que cada um deles recebe por parte das pessoas que lá trabalham mimos e atenções próprias de um espaço onde só os meninos são verdadeiramente importantes, onde se trabalha prioritariamente para eles...

Hoje, pela manhã, brindaram-me as duas com a música de bons dias que cada sala usa para se cumprimentarem pela manhã.

Da Ana:
Bom dia, bom dia, bom dia amiguinhos
Que grande alegria
Estamos todos juntinhos!

Da Sara:
Bom dia, bom dia, bom dia a toda a gente
Eu hoje vim à escola
E por isso estou contente

E eu venho satisfeita e descansada, porque tenho a certeza que as minhas filhas ficam felizes !!

O meu pensamento e o meu coração hoje

estão com uma Sara que eu nunca conheci.

Numa menina-bébé que morreu a 27 de Dezembro de 2006, com 2 anos e meio, porque sofria maus tratos de uma mãe que nunca a amou, e que sempre a rejeitou pela sua fragilidade...

Poderá algum dia uma mãe ter preferências por um filho em relação a outro?

Poderá algum dia uma mãe justificar estes comportamentos, só porque a vida foi madrasta com ela?

Poderá algum dia esta mãe ser amada pelos outros filhos?

Tenho o coração muito apertado e só queria poder enchê-la com os mimos e os abraços que na sua pouca existência lhe faltaram...

Este ano

e ao contrário do que imaginei, a Sara entrou para o jardim da Ana.



É vê-las empolgadas todas as manhãs nas suas rotinas, ansiosas pelas 9:00h.



Como já tinha relatado anteriormente dão-se muito bem, e apesar de também terem os seus momentos maus, quase que de imediato negoceiam para poderem partir para mais uma brincadeira juntas.



Hoje pela manhã, depois de estarem prontas para tomar o pequeno-almoço, enquanto espreitam a ilha das cores, a Sara cisma com as jardineiras de ganga que não queria levar para a escola, só para poder mostrar a camisola que trazia vestida e, apesar de lhe ficarem lindamente e da Ana a ter gabado vezes sem conta, a garina acabou por me dizer entre dentes:
- eu gosto mamã deste macaco!
- gostas? ainda bem porque não vais mudar de roupa...
A Ana olha para mim de lado, e eu desconfiada por tamanha mudança de opinião, resolvo investigar. Tiro-a da cadeira, e dou com uma perna das jardineiras completamente molhada.
- Diz a Ana: só entornou o leite por cima dela, mãe! deixa lá, ela é pequenina!!!

Só se dá beijos na boca quando se casa

não é mãe? - pergunta a Sara vezes sem conta.

Quando a fui buscar na sexta feira, encontramos no caminho a "tia" (filha da "avó" que toma conta dos três), e parei para que a Sara lhe desse mais um beijo.

Enquanto conversavamos e ela se "metia" com o Pedro e a Sara, chegou o namorado.

Beijinho para aqui, beijinho para ali, bom fim de semana e eu arranco.

A Sara muito pronta:

- Eles agora vão casar, mãe!
- Porquê Sara?
- Tu é que não viste, mas iam dar beijinhos na boca!

Admiro

muito a responsabilidade da minha menina mais velha...
Na passada 6ª feira, chegou muito contente da consulta de oftalmologia, recebeu os parabéns do médico que conseguiu perceber o cumprimento rigoroso da sua parte, no que disse respeito à colocação do penso na vista.
O médico pediu que o penso fosse colocado durante 5 dias consecutivos na vista esquerda e 1 dia na direita, durante 3 meses. Isto porque a vista esquerda avançou melhor que a direita e tal como ela diz, por a direita ser preguiçosa tem que tapar a esquerda.
A colocação do penso foi por isso efectuada por ela, todas as manhãs depois de verificar o plano que o pai lhe fez com as respectivas datas.
Agora, e durante 6 meses vai andar só com os óculos e esperar que a vista direita deixe de ser preguiçosa!!

Foi neste dia

mas em 1998.

Um dia que acordou sereno, com um calor que nos abraçou até a noite cair, até o sol se despedir do nosso dia...

Passados 9 anos encontro em nós um "amor sentimental".

O amor sentimental sente paz, anda devagar, ri e chora, mas não se consome e dilacera nos actos.

É doce, mas não enjoativo.

Pica, mas não nos queima a boca.

O amor sentimental sabe bem, contenta, alimenta, pacifica.

Os grandes amantes são aqueles que se tornam bons e saudáveis companheiros.

O nosso amor é apenas isso!

Setembro

É sinónimo de regresso e recomeço... ao trabalho, à escola, às actividades extra.
Ontem para mim, começaram as aulas de hidroginástica que terão lugar na minha agenda três vezes por semana, pelas 20:50h.
Será concerteza uma forma de relaxar, depois de um dia de trabalho, e ainda das rotinas impostas pela gestão de uma família numerosa.
Claro está, que nada disto seria possível sem a ajuda preciosa do F., meu braço mais que direito, que se encarrega de orientar as gordas e o gordo depois do jantar, que já fica pronto e na mesa.
Depois da aula, pelas 22:00h, chego a casa e já estava tudo apagado. Dormiam todos, menos a princesa do meio que depois de me sentir, desceu as escadas para me dizer que não conseguia dormir por estar à minha espera.
Subi com ela, mimei-a, ela enfiou o polegar na boca e em menos de nada estava a dormir.
Como se a minha presença fosse imprescindível para ter uma noite descansada...

O meu princípe

cresce a olhos vistos.
Sentado na sua cama, agarra-se às grades e levanta-se num ápice, soltando gargalhadas sonoras.
Depois dos dois dentes cá fora, já nos brinda com "pai", "ai" e "papa".
O delírio das irmãs com as suas façanhas faz com que não o larguem enquanto não diz o que elas querem ouvir.
De um lado, a Sara diz: bola, Pedro diz bola.
Do outro a Ana: Pedrinho, olha a mana, diz Ana - e ouve-se: "Dada"
Dá pulinhos de alegria repetindo: ouviste mãe, ele diz Ana!
Também nós pais deliramos, como se fossem as primeiras palavras, do primeiro filho!

Ah, Ah!

Finalmente 2 dentes a romper.
E o meu menino continua a crescer...

Domingo

foi dia de fazer pão em nossa casa.
Desde pão com chouriço, passando pelo pão de forma e bijoux, foi um ver se te avias...
Saio pela manhã para umas compras no supermercado, e quando chego estava a "gorda" mais velha junto com o pai a amassar os ingredientes, muito concentrada, para ver o que dali saía.
A "gorda" do meio a ver pela milésima vez o dvd do mickey no natal, em inglês, e o "gordo" pequenito na cozinha a assistir à sessão de panificação.
A verdade é que contagiada pela alegria deles, lembrei-me de acabar de vez com umas ameixas pretas que já me estavam a fazer impressão no frigorifico.

Mãos à obra para:

• 700 gr de ameixas


• 500 gr de açucar


• 1 cálice de vinho do porto


• 1 pau de canela

e o resultado ficou divinal.

Três frascos de compota completamente incompatíveis para quem iniciou uma dieta...
Só provei para poder confirmar o resultado, estou a comportar-me devidamente!

Sara

A minha menina do meio enche-me as medidas quando olha para mim e me diz:

"obrigada mamã, por seres de mim!"

Outono

Gosto...

- das cores amareladas, alaranjadas e avermelhadas das árvores;

- de calcar as folhas que começam a caír;

- de precisar, pela manhã e ao entardecer de um agasalho;

- de olhar o mar;

- do cheiro da terra molhada, das gotas de orvalho sobre a relva, as flores e as folhas;

- das mudanças do azul do céu quando o dia nasce e quando o dia morre;

Plantei, estas férias no meu jardim, um exemplar como este, para me deliciar com as suas cores, quando o Inverno teimar em deixar o meu jardim menos colorido.

Ontem, ao jantar

a minha menina mais velha diz-me entre duas garfadas:
- sabes mãe, agora gostava que tivesses outra menina!

:) :)

Mais Natalidade

O ministro do trabalho e da solidariedade social considera que uma medida de estímulo à natalidade é ter creches com horário alargado, apontando como exemplo ideal 24 horas de funcionamento.

A ideia será, portanto, ter mais filhos quanto menos os tivermos que ver.

- Não terá, o Sr. ministro posto a hipótese de que teríamos mais filhos se tivessemos mais tempo para eles;
- Se a licença de maternidade/paternidade fosse alargada e paga;
- Se a licença de 15 dias "dada" ao pai no fim da licença da mãe, não prejudicasse o mesmo em termos de antiguidade nos concursos a que estão sujeitos;
- Se os pais que exercem a profissão de professores não vissem os seus direitos irem pelo cano abaixo no que diz respeito à sua presença em reuniões escolares dos seus filhos;
- Se o pai ou a mãe pudessem diminuir o nº de horas de trabalho para acompanhar os filhos;
- Se...
- Se...
- Se...

É pois, se eu desse asas à minha vontade, e não fosse o aviso da médica de que antes de 2 anos e 9 meses não me apareça grávida, neste momento e ao ritmo que o pimpolho mais pequeno cresce, estaria já a planear o próximo rebento.

Vou só ficando pela vontade...

Dele

Passaram 9 meses, está lindo, parece um boneco!
Diz lindamente olá sempre que alguém se chega a ele.
Quando pedimos palminhas, bate muito bem, mas com os pés!
Dentes? Nem vê-los!
Adora as irmãs e elas passam o dia a enchê-lo de mimos.

Delas

Estou na cozinha a preparar o almoço e só ouço caixas e caixinhas a cair ao chão, barulho este vindo do sótão.
Pergunto (aos gritos) :
- o que é que se passa aí?
A S. que se encontrava na sala, chega às escadas com o seu ar sereno, retira o dedo polegar da boca que estava a servir de chupeta e de indicador levantado diz para a A.:
- não quero ouvir nem mais um pio, ouviste A.?
- se ouvir mais barulho vou aí acima dar-te uma palmada.
Virei costas e continuei o meu serviço...
A A. desmanchou-se a rir com a atitude da S.

De volta

Foram duas semanas maravilhosas.
Aos nossos olhos, as nossas crianças cresceram muito!
Provavelmente, aos olhos deles, nós também!
Estão mais esticadas, mais espertas, mais faladoras.
Fomos acompanhando em tempo real cada um dos pequenos saltos, e no meio desta paragem reforçamos ainda mais os afectos.
As férias são para nós momentos de paragem, reflexão, organização e planificação.
Estas, foram bem vividas entre brincadeiras, praia, piscina, gelados (muitos), beijos e abraços.
Tempo para recebermos os amigos e brindarmos ao dom da vida.
Estamos serenos e com o coração cheio.

No meu último dia antes de férias

e atolhada de papeis até aos cabelos para despachar, ligo para casa a saber se está tudo bem com os quatro e a "gorda" mais velha vem dizer:
-" Sabes que horas são? Três e meia! Larga já tudo e vem embora" - vou passar à S.
A segunda "gorda" vem ao telefone e com uma voz meiguinha diz:
-" Sabes porque é que eu preciso de ti? - Tenho muitas saudades tuas..."
-" Ah! o pai ralhou ao P."

E só daqui por uma hora é que posso sair, mas finalmente as férias também bateram à minha porta!! Ai tantos projectos!!!

A Água

Cá em casa somos contra o desperdício.

Por isso, em tempo de seca e não só, evitamos gastar água indevidamente, embora por parte dos nossos governantes não haja qualquer apelo nesse sentido.

Em Portugal, país de grande prosperidade e abundância, como todos sabemos não há o hábito de poupar. E como não poupamos nada, também não poupamos água.

Nos meus trajectos diários, continuo a ver água a escorrer pelas ruas devido a rebentamento de canos; regas municipais às três da tarde cujo repuxo está orientado para o alcatrão e não para os relvados ou flores, etc...

Curiosamente, apesar de, em Portugal, se ver nos telejornais todos os dias cenas dramáticas de culturas abortadas e animais moribundos, para nós, os citadinos, não há seca. Afinal, estamos só no princípio do Verão, e se Deus quiser há-de chover.

Usando de bom senso, regamos o nosso jardim de manhã muito cedo, ou só à tardinha.

Cá em casa, optamos por colocar casca de pinheiro nos canteiros para conservar a humidade por mais tempo, aproveitando também os restos de água limpa para usar nos vasos.

Eu e o pai insistimos com as nossas crianças, ensinando-lhes diariamente e na hora de lavar as mãos e os dentes que a torneira deve ser fechada; que quando se ensaboam no banho não precisam de ter a torneira aberta, não só porque se desperdiça, mas também porque é uma forma de as fazer perceber que se não fazemos um esforço de poupança nesses e noutros assuntos, então poderemos vir a ter problemas económicos para cumprir com os nossos compromissos.

É que o "meu" não estica, e apesar de tudo eu anseio para os meus filhos e netos um mundo muito melhor!!

A Arte de Ser Feliz

«Houve um tempo em que a minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.

Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.

Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas. Não era uma regra: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.

E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.

Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor. Outras vezes encontro nuvens espessas. Avisto crianças que vão para a escola. Pardais que pulam pelo muro. Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais. Borboletas brancas, duas a duas, como reflectidas no espelho do ar. Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega. Às vezes um galo canta. Às vezes um avião passa. Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo seu destino.

E eu me sinto completamente feliz.

Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que as coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para vê-las assim.»

Cecília Meireles

Vai onde te leva o coração...

«« Quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não metas por uma ao acaso, senta-te e espera!

Respira com a mesma profundidade com que respiraste no dia em que vieste ao mundo e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar.

Fica quieta, em silêncio, e ouve o teu coração.

Quando ele te falar, levanta-te e vai onde ele te levar!»»

(Susanna Tamaro)

Acordo

com a brincadeira dos três pimpolhos na minha cama.
As manas assim que acordam vão espreitar "o meu princípe", dizem as duas.
Beijam-se, riem-se e adoram-se uns aos outros.
Mesmo que possamos estar atrasados, não há manhã sem brincadeira, sem xi-coração, sem os delírios delas em relação ao desenvolvimento dele.
Espero que esta cumplicidade, esta amizade, este amor se perpetue pela vida fora.
Tenho a certeza que os meus "desejos" são crianças felizes!

Recebo

um e-mail de parabéns com a seguinte mensagem:

"We can do no great things - only small things with great love"
Mother Teresa (1910-1997)

e deduzo que é um óptimo pensamento para enfrentar o dia!

Muito Obrigada!

Com 34

e acordo com um beijo do pai.
- Parabéns!
Beijos e mais beijos, abraços apertadinhos das princesas e dois desenhos feitos às escondidas onde sobressai:
23-07-2007.
Parabéns mãe, hoje é o teu dia e é o pai que faz o bolo...
Sou e estou muito feliz!

Acabo

de ligar para a "avó" para saber se está tudo bem...

Como sempre, as pimpolhas querem falar com a mãe.
Depois da Ana me pedir que imprima frutas e bonecos para pintar, é a vez da Sara vir ao telefone para me dizer:
- oh mãe sabes, tu és uma riqueza!
baba, muita baba... :)

Como pais

fazemos com que as nossas fedelhas comam sopa todos os dias (o fedelhito come sempre, pois claro), e as excepções só se justificam com algum precalço que nos impeça de a ter pronta a tempo e horas.

Por estes dias, e com o início da natação para as duas princesas, os finais de dia têm sido um pouco atribulados e com isso até tem "marchado" para as duas, a sopa do irmão que está previamente feita e congelada por doses...

Não sei o que lhes deu, mas se souberem que a sopa é do P., dizem logo:
- adoro a sopa do meu irmão
apesar da dita ter, além dos legumes, um traço de peixe.

Outra das razões que as fazem comer bem a sopa é o facto de lhes dizermos que, as cenouras, os espinafres, o alho francês, a abobora, a penca, a salsa, os nabos e até algumas das batatas são da nossa horta, tão bem cuidada pelo pai!

Detesto

Lambe-botas...

No final

de mais um dia de trabalho, vejo as minhas energias renovadas quando ao chegar à beira dos três desejos recebo:

da A. um desenho com a mãe, o pai, ela e os irmãos;
da S. duas flores quase sem pé, arrancadas á pressa do jardim da avó;
do P. um sorriso do tamanho do mundo e o salto imediato para o meu colo.
:) :) :)

A transparência

entre as pessoas é para mim cada vez mais importante...

Com três anos

a minha menina do meio usa expressões como:

" ... lamento, mas agora não posso "
" ei! isso não é justo! "
" olá malta! "
" ... fantástico, mamã "

Aprendo-lhes as diferenças

Por causa de um ralhete qualquer começa num choro imenso e soluça ao ponto de não conseguir falar.

- Tu só gostas da S. e do P.

Abraço-a, muito, e faço-a entender que lhe ralho em determinadas situações precisamente porque gosto muito dela.

De seguida imito-lhe os gestos, a cara de choro e os gritinhos histéricos e ela ri-se que nem uma perdida.

Dá a mão à irmã, e vão a correr para o baloiço...

Diariamente,

no regresso a casa, e depois das minhas perguntas do costume sobre o que comeram, o que fizeram, se dormiram, pergunta a pipoca mais velha:
- porque é que queres saber sempre tudo, mãe?
- porque gosto muito de vós, porque me preocupo, e porque gosto de saber...
Quando eu for mãe, também vou ser assim...
:)

A dependência

que um veículo nos pode causar assusta-me.
Hoje fui prendada com uma avaria pela manhã que me fez andar a mil para não alterar muito as nossas rotinas.
Depois de chamada a assitência em viagem, que levou o dito para a oficina, valeu-me o facto do F. entrar mais tarde para poder levar os rebentos.
Eu, tive boleia, vá lá...

Eles

dão-se muito bem.
A alegria ao vê-los brincar compensa todo o cansaço que deriva do facto de terem idades tão próximas :)

O INÍCIO...

Esta ideia, a de registar e publicar algumas memórias desta grande aventura que é ser Mãe, nasceu há algum tempo, mas por vários motivos tem sido adiada.

• Terei eu tempo e disposição para manter a ideia em funcionamento e devidamente actualizada?
• Ter três filhos estará na moda?
• Serei eu uma mãe moderna por registar estas memórias num blogue?

Parece-me bem que um dia mais tarde os meus rebentos possam ler alguns dos posts que for registando, ajudando-me também a descrever esta vivência a cinco, e a relembrar o que eu achava não se poder apagar da memória, mas que certamente poderá ficar adormecido.